O prefeito tem dito a interlocutores que pretende garantir 100 % dos votos de sua base para as suas escolhidas — a primeira dama Dra. Gisele, que deve concorrer a deputada federal, e a vice prefeita Socorro Waquim, pré candidata a deputada estadual. Pesquisas internas, porém, mostram que essa unanimidade está longe de se concretizar.
Essa coesão do grupo sofreu abalos. O vereador Helder Kaik rompeu com o governo após várias rodadas de negociação e é nome certo no apoio aos candidatos do ex-prefeito de Caxias, Fábio Gentil. Além de se colocar na oposição na Câmara, Kaik já avisou que não votará nas candidatas de Rafael.
É provável que outros aliados de “segunda hora”, especialmente os que migraram do grupo dos ex-prefeitos e que até junho de 2025 compunham quase toda a base governista, sigam o mesmo caminho e apoiem nomes fora da órbita e das hostes do governo Rafael. Diante do que alguns já entendem estarem sendo pressionados pelo prefeito.
Para não firmar acordo 100 por cento com o prefeito com relação aos nomes apresentados por ele, alguns aliados admitem que a mudança de estratégia do prefeito com relação à troca do nome de Orleans Brandão, agora candidato a governador, pelo nome da primeira dama, acabou por interferir neses acordos, mesmo porque alguns aliados já tinham compromissos firmados com outros nomes fora do apoio aos pré-candidatos do prefeitos antes mesmo desses aliados firmarem acordos políticos com a base do governo municipal.
Esse cenário preocupa o prefeito, sobretudo no caso de Dra. Gisele. A eleição para a Câmara Federal deve ser extremamente competitiva e cara. Para ter chances “reais”, Rafael precisará não apenas melhorar a avaliação de seu governo — hoje situada entre regular e boa — mas também reforçar a estrutura de campanha, tarefa que se torna mais difícil diante das deserções.
A situação de Socorro Waquim é menos delicada. Ex prefeita, duas vezes deputada estadual e ex vereadora, ela possui base eleitoral e capital político próprios. Num quadro em que “as nuvens da política mudam o tempo todo”, Waquim mantém-se competitiva e pode até chegar à disputa já ocupando uma cadeira na Assembleia, caso surjam as intempéries projetadas dentro da política atual.
Em síntese, o projeto de Rafael Brito para 2026 enfrenta resistências internas consideráveis. Sem recompor a aliança e elevar seus índices de aprovação, o prefeito corre o risco de ver diluir se a transferência de votos necessária para eleger a esposa e fortalecer o grupo na próxima legislatura federal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário