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9 de setembro de 2025

"Lealdade no poder: o verdadeiro teste das alianças políticas"


Uma das condições mais importantes na dinâmica política é a coerência entre o apoio em campanha e a postura diante do poder. Na prática, não basta que um aliado declare apoio durante o período eleitoral — quando o entusiasmo e os interesses imediatos podem falar mais alto —, é indispensável que essa aliança se mantenha firme no exercício do poder, especialmente no que diz respeito à unidade em torno das decisões estratégicas da liderança política.

Esse alinhamento garante três pontos centrais:

Coesão do grupo político

A força de uma liderança não depende apenas da sua popularidade pessoal, mas também da capacidade de manter seu grupo unido em torno de um mesmo projeto. Quando os aliados rompem ou se fragmentam, o adversário ganha espaço.

Legitimidade das decisões

As escolhas eleitorais feitas pela liderança — como apoio a determinados candidatos — precisam ser respeitadas, ainda que não agradem a todos os aliados. Isso porque a figura central (prefeito, governador, líder partidário) carrega a responsabilidade maior de traçar as estratégias de médio e longo prazo. Quando há desobediência ou resistência, o projeto coletivo perde legitimidade e se enfraquece.

Sustentação do poder

Governar exige maioria e base política sólida. Se os aliados que foram beneficiados com cargos, estrutura e prestígio não retribuem esse apoio seguindo a liderança nos momentos cruciais — como em campanhas de sucessão ou alianças estaduais/federais —, cria-se uma instabilidade que compromete a governabilidade.

Por outro lado, é importante ressaltar que esse tipo de relação também carrega tensões naturais:

O excesso de centralização pode gerar descontentamento; A imposição sem diálogo pode provocar deserções; A lealdade cega pode sufocar a autonomia dos aliados, criando ressentimentos futuros.

Em resumo:

A condição de se tornar aliado também no exercício do poder e acatar as decisões eleitorais da liderança é imprescindível para a sobrevivência e continuidade de um grupo político. Contudo, o equilíbrio está em construir a unidade sem sufocar a pluralidade, de modo que a fidelidade seja resultado de convencimento político e não apenas de imposição hierárquica.

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