O anúncio de que o grupo Leitoa — que já foi o maior e mais influente grupo político de Timon, tanto no poder quanto na oposição — seguirá dividido na disputa por vagas em 2026, acendeu o sinal de alerta no cenário político local. A ex-prefeita Dinair Veloso, pelo PDT, e o ex-prefeito Luciano Leitoa, seu sobrinho, que deve concorrer por outro partido, provavelmente o PSD, caminham agora em trilhas opostas.
A divisão não se restringe à corrida pela Assembleia Legislativa do Maranhão. O
rompimento tem reflexos diretos também na disputa por apoios e votos para deputado federal, o que aumenta a
temperatura dentro e fora do grupo.
Quando, tempos atrás, Luciano Leitoa afirmou que seria “ingrato quem do grupo
não apoiasse Juscelino Filho” — atual deputado federal e ex-ministro das
Comunicações —, talvez nem ele próprio imaginasse que o racha que agora
protagoniza colocaria o grupo em lados antagônicos.
Nos bastidores, já está tudo definido. O ex-primeiro-damo Toinho Ferreira, marido de Dinair, teria cravado que ela e seu grupo pedetista marcharão com o candidato do partido à Câmara Federal, o ex-presidente da Famem Erlânio Xavier, nome apadrinhado pelo senador Weverton Rocha.
Com isso, os Leitoas entram numa nova disputa
interna: não apenas pela cadeira na Assembleia, mas também por quem sairá mais
fortalecido nas urnas federais. A pergunta que ecoa nos bastidores é direta e
inevitável: quem será mais votado — o
candidato de Dinair ou o de Luciano?
O racha, amplamente noticiado pela imprensa
após declarações do próprio Luciano, provocou um verdadeiro furacão dentro do PDT. As falas do
ex-prefeito soaram como um novo abandono à legenda, reacendendo feridas antigas
e levantando a possibilidade de uma intervenção
estadual no diretório municipal de Timon.
Há uma forte tendência de que o comando do
partido seja definitivamente transferido para as mãos de Dinair Veloso, com o marido Toinho Ferreira despontando como
favorito para presidir o diretório municipal — mesmo que, para isso, o PDT
precise agir com pulso firme e intervir diretamente.
Na cúpula pedetista, o entendimento é claro: Dinair demonstra mais lealdade e capacidade
política para conduzir o partido e manter seus filiados alinhados aos
candidatos oficiais. Há o temor de que, se o partido permanecer sob influência
dos “Leitoas dissidentes”,
repita-se o episódio amargo da eleição em que, mesmo com Weverton Rocha como candidato, o grupo
acabou votando em Simplício Araújo
— uma traição que o senador até engoliu, mas jamais digeriu.
E é isso. O jogo está posto. Em Timon, a política dos Leitoas já não é mais de união, e sim de sobrevivência — e cada voto em 2026 dirá quem, de fato, ainda comanda o velho império carcomido pelo tempo.


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