O anúncio do rompimento do deputado federal Rubens Pereira Júnior (PT) com o governo Carlos Brandão (PSB), do Maranhão, gerou um verdadeiro terremoto político nos bastidores do Palácio dos Leões e em diversas instâncias da administração estadual. A saída de cena de um dos principais articuladores políticos do grupo governista — o ex-secretário de Articulação Política, Rubens Pereira (pai do deputado) — traz implicações profundas para o equilíbrio de forças dentro do governo.
A
permanência de Rubens Pereira no governo até o último dia 21 de outubro
representava não apenas a força política dos Pereiras de Matões, mas também o
controle direto sobre uma vasta rede de aliados e indicações em cargos
estratégicos dentro do Executivo estadual. Agora, com o rompimento formalizado,
servidores com vínculos políticos ao grupo precisarão tomar decisões: seguirão
leais a Rubens Júnior e seu pai ou permanecerão ao lado do governador Carlos
Brandão?
O cenário
mais provável, conforme fontes nos bastidores, é de intensa disputa pelos
espaços deixados vagos. Já nas primeiras horas após o anúncio, houve
movimentações de lideranças regionais tentando ocupar a lacuna deixada pelo
grupo, especialmente nas bases eleitorais dos Pereiras, no Leste Maranhense. O
objetivo desses novos atores é consolidar apoio ao governador Brandão e, ao
mesmo tempo, capitalizar politicamente sobre o vácuo de poder.
Figuras
com capital político consolidado nas regiões de influência dos Pereiras já se
movimentam para assumir protagonismo e reverter eventuais perdas em apoio ao
governo, transformando a crise em oportunidade de fortalecimento para o grupo
palaciano. O que se vê é uma tentativa de blindagem para que o desgaste causado
pelo rompimento não atinja diretamente Brandão, principalmente em ano
pré-eleitoral.
Nos
bastidores, aliados de Rubens Júnior o veem como vítima de traição por parte do
governo, enquanto o núcleo duro de Brandão articula uma narrativa oposta,
buscando imputar ao deputado a pecha de traidor. A disputa de versões promete
se intensificar nos próximos dias, alimentada por vazamentos seletivos, notas
plantadas e movimentações nas redes sociais.
Com mais
de 12 anos de presença ativa no governo do Maranhão, os Pereiras acumularam
influência, alianças e cargos de confiança. Sua retirada do governo, portanto,
não é apenas um ato político isolado, mas um processo que desencadeia uma
reconfiguração significativa dentro da base aliada.
Nos
corredores do poder, já se comenta sobre a intensa disputa pelos cargos antes
ocupados ou indicados pelo grupo, especialmente nos setores de articulação
política e administração regional. A dúvida central é: quem herdará esse
espólio político?
O impacto
eleitoral desse rompimento será medido nos próximos meses, à medida que os
novos ocupantes desses espaços consigam — ou não — transformar os cargos em
votos e apoio sólido ao projeto de reeleição dos candidatos aliados ao Palácio
dos Leões.
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