Dias atrás, o ex-prefeito de Timon, Luciano
Leitoa, usou o espaço de uma entrevista para enviar um recado ao seu esfacelado
grupo político. Afirmou que seria um ato de "ingratidão" não apoiar o deputado
federal Juscelino Filho nas próximas eleições. No entanto, poucos dias depois,
o próprio Leitoa protagonizou o que ele mesmo classificaria como "ingratidão":
além de aparecer ao lado de Henrique Júnior — ex-candidato a prefeito e
suplente de deputado federal —, agora articula nos bastidores o lançamento de
sua aliada Dinair Veloso, ex-prefeita de Timon, como candidata a deputada
federal. Justamente o cargo que ele havia prometido apoiar Juscelino Filho.
A pergunta que não quer calar: a quem Luciano
Leitoa quer enganar? Ao seu grupo político? Ao eleitor? Ou a si mesmo?
Henrique Júnior, embora jovem, já compreende
que se trata de mais uma manobra do ex-prefeito. Luciano tenta desesperadamente
montar um palanque que sustente sua influência local e, para isso, busca apoio
de nomes que ainda têm alguma relevância política. Nos últimos cinco anos, no
entanto, ele tem acumulado derrotas que o empurraram para o ostracismo.
Um breve retrospecto mostra o desgaste:
Em 2020, Leitoa provocou o racha em seu grupo ao escolher Dinair Veloso como
candidata à prefeitura, contrariando pesquisas que apontavam Rafael como o nome
mais viável. Embora Dinair tenha vencido, em 2021 veio a primeira derrota
interna — a presidência da Câmara ficou com Uilma Resende, apoiado por Rafael,
agora seu desafeto político.
Em 2022, Luciano lançou o próprio pai
candidato a deputado estadual, numa tentativa mal disfarçada de dividir votos e
enfraquecer Rafael. Diante da ineficácia da tática, resolveu ele mesmo entrar
na disputa, mas terminou com duas derrotas: uma nas urnas e outra no prestígio
político. Sua aposta em Weverton Rocha para o governo estadual também fracassou
— Brandão venceu com larga vantagem em Timon.
Desde então, Leitoa tem buscado novos caminhos
para retomar espaço político. Com dificuldade de se afirmar no cenário
estadual, voltou seus esforços à política local, onde tenta manipular
pré-candidaturas e alianças para servir a seus próprios interesses.
Seu modus operandi é claro: evitar o confronto
direto e jogar aliados no tabuleiro como peões, esperando lucrar politicamente
com os riscos alheios. No entanto, até agora, os únicos que acumulam vitórias
nesse jogo são aqueles que enfrentam as urnas diretamente — o que não tem sido
o caso de Leitoa.
Por tudo isso, a pergunta do título permanece mais atual do que nunca: quem Luciano Leitoa pensa que vai enganar dessa vez?
Nenhum comentário:
Postar um comentário