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21 de outubro de 2025

Rubens Júnior deixa o governo e encena um discurso escrito a quatro mãos


Num discurso construído a quatro mãos — e com o toque melodramático típico de quem nasceu e vive da política — o deputado Rubens Júnior (PT), vice-líder do governo e vice-presidente nacional do partido, anunciou o afastamento do cargo que o pai ocupa há mais de 12 anos no governo estadual.


O pronunciamento, longe de ser enfadonho, pareceu cuidadosamente calculado. Mais do que uma fala de despedida, foi uma peça política milimetricamente ensaiada — dessas que misturam vitimismo, autodefesa e insinuações perigosas — escrita, talvez, não apenas pelo próprio deputado, mas também por quem o orienta nas sombras.


Rubens Júnior afirmou ter sido gravado pelo irmão do governador Carlos Brandão e pelo próprio governador, em uma conversa que teria sido “sugerida” por ambos com o objetivo de pacificar o grupo político rachado após a ascensão de Brandão ao comando do Maranhão.


Mas o tom de denúncia que tentou imprimir acabou revelando mais do que pretendia: um movimento de autossabotagem política, uma tentativa de transformar uma crise interna em palco pessoal. O deputado, filho do secretário de Articulação Política do governo e afilhado do ministro Flávio Dino, parece ter trocado o papel de aliado pelo de protagonista de um enredo de traição e disputa por poder.


Ao discursar, Rubens Júnior parecia recitar um texto ensaiado, ora acusando, ora se vitimizando, ora tentando inverter os papéis — como se o próprio governo fosse o traidor de uma lealdade que ele mesmo dilacerou. Nos bastidores, comenta-se que teria feito propostas indecorosas ao governador, sugerindo arranjos políticos que, se verdadeiros, beiram o inaceitável.


Sua “mea culpa” disfarçada não convence. Soa antes como o último ato de quem foi flagrado em sua própria armadilha — tentando pressionar o governador Carlos Brandão a ceder espaço a um grupo que ora se diz oposição, ora se apresenta como governo, mas que em essência quer apenas retomar o controle do poder a qualquer custo.


Enquanto isso, o governador segue administrando o estado com altos índices de aprovação popular, contrastando com as narrativas distorcidas e os números maquiados do passado que o deputado tenta espalhar.

No fim, o discurso de Rubens Júnior não derruba Brandão — apenas confirma o velho ditado:


“Quem planta intriga, colhe isolamento.”

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